Marrocos
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Re: Marrocos
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Re: Marrocos
Espectáculo Rui!!
Ansioso pelo capítulo dois!!
Abração!!
Luiz
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- abbocath
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Re: Marrocos
2º DIA: Chefchaouen - Volubilis - Meknès - Ifrane - Azrou - Khénifra
Ora pois, o dia começa cedo mas não tão cedo antes das 9h. Isto é, 9h com pequeno almoço tomado, tudo arrumado e a caminho das motas. Bela noite de sono que deu para recuperar da noite não dormida e do desgaste causado pela chuva!
Um dia com cerca de 370 kms, mas tudo em estradas boas para rolar mas com algumas paragens para visitar as ruínas em Volubilis e passar na Floresta dos Cedros em Ifrane/Azrou para ver os famosos macacos que se habituaram a roubar a comida aos turistas! Antes de chegar ao hotel queríamos beber um chá ainda nas "Sources de Oum er Rbia", junto ao rio Morbeia e antes da chegada ao destino.
Esta é a vista do terraço da Casa Elias e onde foi servido o pequeno almoço. Aqui vê-se o destaque dos azuis e brancos típicos da cidade e mostra ainda o "armazém" que existe em cima de todas as casas. O dia está ótimo, com sol, boa temperatura e a motivação era muita!
O povo marroquina não madruga, e mesmo às 9h são muito poucas as pessoas na rua e só mais tarde a venda dos produtos na rua começa. Apenas alguns cafés e algumas pessoas nas esplanadas. As bancas dos souvenirs e recuerdos ainda não estão dispostas!
1 hora depois de arrancarmos paramos para abastecer e aí o 1º contratempo mecânico da viagem (elétrico melhor dizendo): a Yamaha do Mário deixou de ter luz e então acamos por perder cerca de 1h30´ a resolver isto. Arranjamos uma solução prática e eficaz porque a solução final não era possível na altura. Estávamos numa bomba com uma oficina de tractores, mas as pessoas foram incrivelmente acessíveis e dispuseram-se a ajudar desde o primeiro momento. Esta já é das ultimas fotos porque a mota esteve muito desnuda!
Arrancamos e seguimos e acabamos por fazer um "almoço volante" na beira da estrada, junto a umas lindas pastagens e boa vista.
Pouco depois do almoço, finalmente em Volubilis. Visita rápida porque ainda havia kms a fazer e locais a visitar. Para quem aprecie história, mais do que eu, certamente é um local para ser visto em 2 ou 3 dias.
"Volubilis foi uma cidade romana, cujas ruínas constituem atualmente um sítio arqueológico parcialmente escavado situado no norte de Marrocos, nos arredores da cidade santa de Moulay Idriss, a norte de Mequinez. As ruínas estão inscritas na lista do Património Mundial da UNESCO desde 1997. As ruínas mantiveram-se praticamente intactas até terem sido arrasadas pelo terramoto de 1755, o mesmo que destruiu Lisboa. " (wikipédia)
Meknès só teve direito a passagem/travessia mas sem dúvida uma cidade já grande e com muita confusão. Imensas ruas cortadas, em obras, desvios constantes o que obrigou a conhecer o interior da cidade! Brutal, indescritível, receoso em alguns momentos! Mas nunca nos sentimos ameaçados.
Andamos ainda às voltas para encontrar o "raio dos macacos" e optamos por beber um chá e lanchar. Estávamos em Azrou. Era melhor parar um pouco para redefinir rota. Fizemos muito bem, sem sombra de dúvidas!
Acabamos por encontrar os macaquitos e passamos um bom bocado a apreciar o local, a conviver com os locais que estão para atrair os turistas e falamos com mais turistas que como nós partilham o gosto pela aventura e desconhecido.
Lá seguimos e então depois de alguns kms chegamos a uma estrada sem saída; sem saída para nós, motas e tal... a malta do 4x4 devia gostar e ia apreciar certamente. Acabamos por fazer um troço "fora de estrada" e com alguma paciência e cuidado lá fomos. Eu caí para o lado depois de entrar numa vala de terra e a roda escorregar! Sem danos na mota nem no condutor! Vamos em frente que é esse o caminho!
Foi então que paramos para olhar o mapa e entregamos os primeiros presentes aos miúdos: já estavamos numa zona mais isolada e todos correram para a estrada e para a frente das motas assim que as ouviram. Foi o primeiro contacto com estas crianças e se pudéssemos tínhamos levado mais coisas. Apenas transportamos peluches, roupa, lápis de cor, doces e outras pequenas coisas. Para a próxima levaremos mais!
A partir daqui foi sempre a rolar até Khénifra e já chegamos tarde. As "Sources de Oum er Rbia" ficam para uma próxima. Acabamos por encontrar portugueses, conhecidos nossos e colegas de trabalho no mesmo hotel. Grande festa logo, 1 hora de conversa e umas cervejinhas geladas que eles tinham nos jipes! Foi uma dádiva àquela hora, um prémio pela chegada.
O hotel já não tinha janta para nós mas encontramos um "boteco" na estrada na cidade onde comemos um belo petisco grelhado e servido tipo sandocha no maravilhoso pão marroquino. Sentados no chão mas a gentileza do senhor foi enorme e lá desencantou umas cadeiras para nós!
Vamos dormir que é tarde e o dia começa cedo! Inté!
Ora pois, o dia começa cedo mas não tão cedo antes das 9h. Isto é, 9h com pequeno almoço tomado, tudo arrumado e a caminho das motas. Bela noite de sono que deu para recuperar da noite não dormida e do desgaste causado pela chuva!
Um dia com cerca de 370 kms, mas tudo em estradas boas para rolar mas com algumas paragens para visitar as ruínas em Volubilis e passar na Floresta dos Cedros em Ifrane/Azrou para ver os famosos macacos que se habituaram a roubar a comida aos turistas! Antes de chegar ao hotel queríamos beber um chá ainda nas "Sources de Oum er Rbia", junto ao rio Morbeia e antes da chegada ao destino.
Esta é a vista do terraço da Casa Elias e onde foi servido o pequeno almoço. Aqui vê-se o destaque dos azuis e brancos típicos da cidade e mostra ainda o "armazém" que existe em cima de todas as casas. O dia está ótimo, com sol, boa temperatura e a motivação era muita!
O povo marroquina não madruga, e mesmo às 9h são muito poucas as pessoas na rua e só mais tarde a venda dos produtos na rua começa. Apenas alguns cafés e algumas pessoas nas esplanadas. As bancas dos souvenirs e recuerdos ainda não estão dispostas!
1 hora depois de arrancarmos paramos para abastecer e aí o 1º contratempo mecânico da viagem (elétrico melhor dizendo): a Yamaha do Mário deixou de ter luz e então acamos por perder cerca de 1h30´ a resolver isto. Arranjamos uma solução prática e eficaz porque a solução final não era possível na altura. Estávamos numa bomba com uma oficina de tractores, mas as pessoas foram incrivelmente acessíveis e dispuseram-se a ajudar desde o primeiro momento. Esta já é das ultimas fotos porque a mota esteve muito desnuda!
Arrancamos e seguimos e acabamos por fazer um "almoço volante" na beira da estrada, junto a umas lindas pastagens e boa vista.
Pouco depois do almoço, finalmente em Volubilis. Visita rápida porque ainda havia kms a fazer e locais a visitar. Para quem aprecie história, mais do que eu, certamente é um local para ser visto em 2 ou 3 dias.
"Volubilis foi uma cidade romana, cujas ruínas constituem atualmente um sítio arqueológico parcialmente escavado situado no norte de Marrocos, nos arredores da cidade santa de Moulay Idriss, a norte de Mequinez. As ruínas estão inscritas na lista do Património Mundial da UNESCO desde 1997. As ruínas mantiveram-se praticamente intactas até terem sido arrasadas pelo terramoto de 1755, o mesmo que destruiu Lisboa. " (wikipédia)
Meknès só teve direito a passagem/travessia mas sem dúvida uma cidade já grande e com muita confusão. Imensas ruas cortadas, em obras, desvios constantes o que obrigou a conhecer o interior da cidade! Brutal, indescritível, receoso em alguns momentos! Mas nunca nos sentimos ameaçados.
Andamos ainda às voltas para encontrar o "raio dos macacos" e optamos por beber um chá e lanchar. Estávamos em Azrou. Era melhor parar um pouco para redefinir rota. Fizemos muito bem, sem sombra de dúvidas!
Acabamos por encontrar os macaquitos e passamos um bom bocado a apreciar o local, a conviver com os locais que estão para atrair os turistas e falamos com mais turistas que como nós partilham o gosto pela aventura e desconhecido.
Lá seguimos e então depois de alguns kms chegamos a uma estrada sem saída; sem saída para nós, motas e tal... a malta do 4x4 devia gostar e ia apreciar certamente. Acabamos por fazer um troço "fora de estrada" e com alguma paciência e cuidado lá fomos. Eu caí para o lado depois de entrar numa vala de terra e a roda escorregar! Sem danos na mota nem no condutor! Vamos em frente que é esse o caminho!
Foi então que paramos para olhar o mapa e entregamos os primeiros presentes aos miúdos: já estavamos numa zona mais isolada e todos correram para a estrada e para a frente das motas assim que as ouviram. Foi o primeiro contacto com estas crianças e se pudéssemos tínhamos levado mais coisas. Apenas transportamos peluches, roupa, lápis de cor, doces e outras pequenas coisas. Para a próxima levaremos mais!
A partir daqui foi sempre a rolar até Khénifra e já chegamos tarde. As "Sources de Oum er Rbia" ficam para uma próxima. Acabamos por encontrar portugueses, conhecidos nossos e colegas de trabalho no mesmo hotel. Grande festa logo, 1 hora de conversa e umas cervejinhas geladas que eles tinham nos jipes! Foi uma dádiva àquela hora, um prémio pela chegada.
O hotel já não tinha janta para nós mas encontramos um "boteco" na estrada na cidade onde comemos um belo petisco grelhado e servido tipo sandocha no maravilhoso pão marroquino. Sentados no chão mas a gentileza do senhor foi enorme e lá desencantou umas cadeiras para nós!
Vamos dormir que é tarde e o dia começa cedo! Inté!
Última edição por abbocath em 20 mai 2018 08:53, editado 1 vez no total.
Rui Peixoto
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Re: Marrocos
Show Rui!!
Inté o próximo capítulo!!
Abçs
Luiz
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Re: Marrocos
Grande Viagem Rui! Excelente reportagem! Estamos à espera dos próximos dias....
José Morgado
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- abbocath
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Re: Marrocos
3º Dia: Khénifra - Beni Mellal - Ouzoud - Azilal - Zaouiat Ahansal
Depois de bem dormidos e bem comidos, ou melhor, mais ou menos porque o pequeno almoço aqui não foi especial nem lá perto. Esta noite foi passada no Hotel Atlas Zayane e do conforto não nos podemos queixar.
Hoje a etapa não era longa, mas havias as cascatas para visitar e era importante perder algum tempo lá. O dia foi quente e o suor já tomou conta de nós.
Cá estavam elas à espera de manhã para mais uns kms!
Depois de tudo no devido sítio arrancamos. Khénifra é uma cidade com as cores típicas marroquinas, casas de paredes de cor avermelhada.
O percurso até Azilal era sempre em asfalto e com boas estradas. E por isso fomos andando.
Paragem para apreciar as vistas da barragem El-Hansali, que é formada pelo rio Morbeia, as quais fontes devíamos ter visitado no dia anterior! Acabamos por comprar uma belas laranjas e dar 2 dedos de conversa com uns marroquinos emigrados, que também querem fazer Marrocos em moto. Já éramos guias e estávamos ali há 72 horas!
Seguimos viagem atravessando pequenas cidades onde tudo parece igual, pelo menos nos hábitos e costumes: mercados e venda de todos os produtos ao longo da estrada. Hoje e por ser Domingo, os mercados estavam mais ricos nos produtos, havia imensos animais à venda e mais pessoas às compras!
Já estava na hora da bucha e como não podia deixar de ser, escolhemos comer onde comem os locais, e descobrimos mais um maravilhoso "boteco". Sei que muitos turistas nunca comeriam aqui mas nós adoramos estas experiências! Estávamnos em Oulad Ayad!
A sandocha e a carne que nos foi servida estavam divinais e nós satisfeitos e prontos para a tarde que aí vinha!
Acertamos no local de almoço! Este foi sempre o nosso mote, "procurar algo com fumo na hora das refeições e vai correr bem"!
Abastecemos, tomamos café e siga para bingo. Destino Ouzoud para visita à cascatas. O preço da gasolina convida a voltar, aproximadamente 1€ por litro!
Por aqui, e entre estas curvas na montanha, tive um acidente, ou melhor, matei uma cabra que saltou para o meio da estrada, saltando detrás de um pequeno muro na estrada. Não consegui evitar a colisão. Consegui passar todo aqueles segundos que pareceram infinitos sem cair e lá parei. O animal estava morto e o pastor fugiu quando eu ia falar com ele para lhe poder pagar o animal.
Este foi um dos problemas na viagem, ou melhor não um problema porque felizmente não voltou a acontecer nada com os animais, mas os rebanhos são tantos e com tantos animais, que não tendo a estrada muitas das vezes qualquer proteção tipo rail eles andam no seu habitat natural por onde querem e no fim de uma curva ou mesmo no meio dela lá estão eles!
Felizmente não caí e infelizmente o animal morreu. Não considero que a culpa tenha sido minha mas o que é certo é que este foi um aviso para todos. Começamos a andar ainda mais devagar.
A ponte do rio e as gargantas de Oued Al Abid.
Agora sim Ouzoud e as suas famosas cascatas que tivemos o gosto de ver in loco. Mas antes descemos umas boas dezenas de degraus! Experiência inesquecível!
Depois desta fantástica pausa e visita voltamos à estrada. Nesta pausa ficou vincada a segurança que sentimos neste país. As motas ficaram num descampado, alegadamente um parque e com um senhor que lá estava a "guardar" as motas.
Deixamos tudo quando descemos até porque tínhamos falado com os polícias que lá estavam e disseram para deixar-mos sem problema algum e que até nem era preciso deixar cadeado nas motas. E assim foi, ficou tudo nas motas e apenas os capacetes ficaram seguros com cadeado. Quando voltamos, o "gardien de parc" como se intitulou o senhor, perguntou de quem era a mota cinzenta, a Yamaha!
E porquê? Porque o Mário confiou tanto neles que até as chaves da mota deixou na ignição! Mas o senhor, claro está, disse prontamente para não se preocupar porque não tinha deixado ninguém mexer na bicha e que estava tudo igual!
Pagamos o valor do parque e mais 10€ de gorjeta! Ele agradeceu e nós ainda mais! Vamos lá que se faz tarde! Agora o trajecto já se fez fora de estrada a partir de Azilal, mas numa pista sem dificuldade mesmo para nós que não temos experiência em off road. Mas antes ainda contactamos com a neve pela primeira vez!
Abastecemos os jerrycans ainda porque íamos entrar no Atlas e aqui a gasolina podia ficar curta mesmo com o auxiliar que tínhamos e que dizia que havia umas bombas! Jogamos pelo seguro!
Chegamos a Zaouiat Ahansal ao fim da tarde, cheios de vontade de continuar e com um sorriso de orelha a orelha! Estava a correr melhor do que esperávamos e que sítio onde íamos ficar: Maison D´Hotes: Dar Ahansal! Fomos excelentemente bem recebidos e o jantar também foi muito muito bom: um tagine de frango!
Até amanhã gente!
Depois de bem dormidos e bem comidos, ou melhor, mais ou menos porque o pequeno almoço aqui não foi especial nem lá perto. Esta noite foi passada no Hotel Atlas Zayane e do conforto não nos podemos queixar.
Hoje a etapa não era longa, mas havias as cascatas para visitar e era importante perder algum tempo lá. O dia foi quente e o suor já tomou conta de nós.
Cá estavam elas à espera de manhã para mais uns kms!
Depois de tudo no devido sítio arrancamos. Khénifra é uma cidade com as cores típicas marroquinas, casas de paredes de cor avermelhada.
O percurso até Azilal era sempre em asfalto e com boas estradas. E por isso fomos andando.
Paragem para apreciar as vistas da barragem El-Hansali, que é formada pelo rio Morbeia, as quais fontes devíamos ter visitado no dia anterior! Acabamos por comprar uma belas laranjas e dar 2 dedos de conversa com uns marroquinos emigrados, que também querem fazer Marrocos em moto. Já éramos guias e estávamos ali há 72 horas!
Seguimos viagem atravessando pequenas cidades onde tudo parece igual, pelo menos nos hábitos e costumes: mercados e venda de todos os produtos ao longo da estrada. Hoje e por ser Domingo, os mercados estavam mais ricos nos produtos, havia imensos animais à venda e mais pessoas às compras!
Já estava na hora da bucha e como não podia deixar de ser, escolhemos comer onde comem os locais, e descobrimos mais um maravilhoso "boteco". Sei que muitos turistas nunca comeriam aqui mas nós adoramos estas experiências! Estávamnos em Oulad Ayad!
A sandocha e a carne que nos foi servida estavam divinais e nós satisfeitos e prontos para a tarde que aí vinha!
Acertamos no local de almoço! Este foi sempre o nosso mote, "procurar algo com fumo na hora das refeições e vai correr bem"!
Abastecemos, tomamos café e siga para bingo. Destino Ouzoud para visita à cascatas. O preço da gasolina convida a voltar, aproximadamente 1€ por litro!
Por aqui, e entre estas curvas na montanha, tive um acidente, ou melhor, matei uma cabra que saltou para o meio da estrada, saltando detrás de um pequeno muro na estrada. Não consegui evitar a colisão. Consegui passar todo aqueles segundos que pareceram infinitos sem cair e lá parei. O animal estava morto e o pastor fugiu quando eu ia falar com ele para lhe poder pagar o animal.
Este foi um dos problemas na viagem, ou melhor não um problema porque felizmente não voltou a acontecer nada com os animais, mas os rebanhos são tantos e com tantos animais, que não tendo a estrada muitas das vezes qualquer proteção tipo rail eles andam no seu habitat natural por onde querem e no fim de uma curva ou mesmo no meio dela lá estão eles!
Felizmente não caí e infelizmente o animal morreu. Não considero que a culpa tenha sido minha mas o que é certo é que este foi um aviso para todos. Começamos a andar ainda mais devagar.
A ponte do rio e as gargantas de Oued Al Abid.
Agora sim Ouzoud e as suas famosas cascatas que tivemos o gosto de ver in loco. Mas antes descemos umas boas dezenas de degraus! Experiência inesquecível!
Depois desta fantástica pausa e visita voltamos à estrada. Nesta pausa ficou vincada a segurança que sentimos neste país. As motas ficaram num descampado, alegadamente um parque e com um senhor que lá estava a "guardar" as motas.
Deixamos tudo quando descemos até porque tínhamos falado com os polícias que lá estavam e disseram para deixar-mos sem problema algum e que até nem era preciso deixar cadeado nas motas. E assim foi, ficou tudo nas motas e apenas os capacetes ficaram seguros com cadeado. Quando voltamos, o "gardien de parc" como se intitulou o senhor, perguntou de quem era a mota cinzenta, a Yamaha!
E porquê? Porque o Mário confiou tanto neles que até as chaves da mota deixou na ignição! Mas o senhor, claro está, disse prontamente para não se preocupar porque não tinha deixado ninguém mexer na bicha e que estava tudo igual!
Pagamos o valor do parque e mais 10€ de gorjeta! Ele agradeceu e nós ainda mais! Vamos lá que se faz tarde! Agora o trajecto já se fez fora de estrada a partir de Azilal, mas numa pista sem dificuldade mesmo para nós que não temos experiência em off road. Mas antes ainda contactamos com a neve pela primeira vez!
Abastecemos os jerrycans ainda porque íamos entrar no Atlas e aqui a gasolina podia ficar curta mesmo com o auxiliar que tínhamos e que dizia que havia umas bombas! Jogamos pelo seguro!
Chegamos a Zaouiat Ahansal ao fim da tarde, cheios de vontade de continuar e com um sorriso de orelha a orelha! Estava a correr melhor do que esperávamos e que sítio onde íamos ficar: Maison D´Hotes: Dar Ahansal! Fomos excelentemente bem recebidos e o jantar também foi muito muito bom: um tagine de frango!
Até amanhã gente!
Rui Peixoto
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Re: Marrocos
Que bela viagem Rui!!
E que ótima reportagem...apesar do susto que passaste.
Tem mais??...que bom!!
Abçs
Luiz
E que ótima reportagem...apesar do susto que passaste.
Tem mais??...que bom!!
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Re: Marrocos
Excelente Rui! Tudo muito Bem contado e explicado!
4º Dia??
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José Morgado
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Re: Marrocos
Que passeio catita.
E muito boa reportagem Rui!
E muito boa reportagem Rui!
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- abbocath
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Re: Marrocos
4º Dia: Zaouiat Ahansal - Anergui - Lago Tislite
Ora bem, este dia começou como todos os outros e com um maravilhoso pequeno almoço! Depois de tiradas umas fotos ao local onde dormimos e apreciarmos a paisagem que nos rodeava lá seguimos.
Este era um dia puramente em fora de estrada. O anfitrião do hotel onde dormimos disse que a estrada esta transitável mas com algumas partes em que teríamos que circular com mais atenção.
Era um percurso pequeno para o dia mas muito "trabalhoso"!
Lá arrancamos sabendo que era um dia de muito pó, terra e aventura! Estávamos prontos!
A Africa Twin do Renato já vinha a cantarolar de forma diferente e então foi preciso ajustar a transmissão e respectiva corrente! Já se estava mesmo a ver! Falta-lhe o cardan! Ah e falta outra coisa, e que é muito orecisa para esta operação da corrente: uma chave 14 que não está contemplada no kit ferramenta! Mas ainda bem que ia uma Yamaha connosco que salvou a Africa da vergonha!
Lá seguimos depois de afinada a transmissão! E parece que ficou bem!
Lá chegamos onde queríamos em primeiro lugar,à "Cathedrale Imsfrane" que não é nada mais que uma imponente formação rochosa lindíssima. Junto ao rio, na montanha, num local arrebatador pela dimensão, pelo silêncio, pela tranquilidade!
A pista até aqui foi fácil, o piso estava bem batido e passamos sem dificuldade! Agora entravamos então na pista do Assif Melloul, onde vamos sempre junto ao rio, nas imensas gargantas da montanha! A paisagem e a sensação de passar por entre estas montanhas é indescritível!
Passados uns kms paramos para o nosso almoço volante e para apreciar o silêncio! E claro para as fotos!
Depois do "café da avó" lá arrancamos. Fomos fazendo uma ou outra pausa mas muito curtas e apenas para esticar as pernas e descansar os músculos! A Yamaha esta a ser uma guerreira à altura mas o Mário pagava um pouco mais que nós com o corpo! Mas a vontade era tanta que ninguém desistiu!
Ainda cruzamos com um grupo de jipes portugueses. Depois do almoço a pista tornou-se mais difícil, havia mais pedra solta porque ainda não tinham passado muitos jipes por lá e a água que surgia da montanha deixava as pedra longas escorregadias e traiçoeiras. Passamos todos com maior ou menor dificuldade e chegamos a Anergui onde um miúdo e graúdos acabaram à nossa mesa a beber Fanta e Pepsi! São estas memórias que perduram, a humildade, simplicidade e simpatia das pessoas locais! A pista do Assif Melloul acabava aqui apesar de ainda irmos ter mais terra à frente!
A saída de Anergui é feita por alcatrão e é uma subida divertida com boas curvas!
Acaba-se a subida e terra mais uma vez! A mudança de temperatura e claridade são constantes! E estamos numa cota bem alta! Estava frio! Mas que vista!
Continuamos até ao destino, Lago Tislite, onde iríamos pernoitar, jantar, descansar e comemorar a nossa aventura uma vez mais!
Enquanto uns tinham aquelas coisas típicas para fazer às motas, do tipo, lubrificar transmissão, lubrificar isto, aquilo, limpar o pó e tal e coisa...coisas de motas... eu tirava umas fotos e apreciava o lago, o albergue e a minha mota!
Como podem ver, o albergue era a coisa mais simples que há e até o Paulo perguntou se era mesmo ali que íamos ficar! Mas sim, era mesmo ali, bem junto ao lago, naquilo que parecem ruínas mas onde nos receberam com uma simpatia inigualável. Era o Aubergue Tislit!
A electricidade era gerada por uns painéis fotovoltaicos, armazenada numa bateria de carro e daí tínhamos luz (pouca) e podíamos carregar tlms e máquinas. Não havia internet o que foi muito bom porque nos pôs todos a falar, a rever fotos e a rir dos dias e do que já tínhamos passado! A sala estava quentinha, era aquecida por uma enorme caldeira e fomos recebidos com um chá quentinho e uns doces que souberam que nem ginjas! Ao jantar couscous com frango que veio mesmo a calhar!
Como podem ver, já alguém tinha deixado a marca do nosso clube na janela e nós fizemos questão de deixar a nossa também!
~
O albergue estava lotado, partilhamos o local com um grupo de 23 portugueses que viajavam numa caravana de jipes e onde esta o Rogério, um dos responsáveis pelo roteiro que estávamos a fazer em Marrocos! E ele foi um deus porque nos ofereceu 4 cervejas geladinhas!
Estávamos no coração do Alto Atlas! Até amanhã!
Ora bem, este dia começou como todos os outros e com um maravilhoso pequeno almoço! Depois de tiradas umas fotos ao local onde dormimos e apreciarmos a paisagem que nos rodeava lá seguimos.
Este era um dia puramente em fora de estrada. O anfitrião do hotel onde dormimos disse que a estrada esta transitável mas com algumas partes em que teríamos que circular com mais atenção.
Era um percurso pequeno para o dia mas muito "trabalhoso"!
Lá arrancamos sabendo que era um dia de muito pó, terra e aventura! Estávamos prontos!
A Africa Twin do Renato já vinha a cantarolar de forma diferente e então foi preciso ajustar a transmissão e respectiva corrente! Já se estava mesmo a ver! Falta-lhe o cardan! Ah e falta outra coisa, e que é muito orecisa para esta operação da corrente: uma chave 14 que não está contemplada no kit ferramenta! Mas ainda bem que ia uma Yamaha connosco que salvou a Africa da vergonha!
Lá seguimos depois de afinada a transmissão! E parece que ficou bem!
Lá chegamos onde queríamos em primeiro lugar,à "Cathedrale Imsfrane" que não é nada mais que uma imponente formação rochosa lindíssima. Junto ao rio, na montanha, num local arrebatador pela dimensão, pelo silêncio, pela tranquilidade!
A pista até aqui foi fácil, o piso estava bem batido e passamos sem dificuldade! Agora entravamos então na pista do Assif Melloul, onde vamos sempre junto ao rio, nas imensas gargantas da montanha! A paisagem e a sensação de passar por entre estas montanhas é indescritível!
Passados uns kms paramos para o nosso almoço volante e para apreciar o silêncio! E claro para as fotos!
Depois do "café da avó" lá arrancamos. Fomos fazendo uma ou outra pausa mas muito curtas e apenas para esticar as pernas e descansar os músculos! A Yamaha esta a ser uma guerreira à altura mas o Mário pagava um pouco mais que nós com o corpo! Mas a vontade era tanta que ninguém desistiu!
Ainda cruzamos com um grupo de jipes portugueses. Depois do almoço a pista tornou-se mais difícil, havia mais pedra solta porque ainda não tinham passado muitos jipes por lá e a água que surgia da montanha deixava as pedra longas escorregadias e traiçoeiras. Passamos todos com maior ou menor dificuldade e chegamos a Anergui onde um miúdo e graúdos acabaram à nossa mesa a beber Fanta e Pepsi! São estas memórias que perduram, a humildade, simplicidade e simpatia das pessoas locais! A pista do Assif Melloul acabava aqui apesar de ainda irmos ter mais terra à frente!
A saída de Anergui é feita por alcatrão e é uma subida divertida com boas curvas!
Acaba-se a subida e terra mais uma vez! A mudança de temperatura e claridade são constantes! E estamos numa cota bem alta! Estava frio! Mas que vista!
Continuamos até ao destino, Lago Tislite, onde iríamos pernoitar, jantar, descansar e comemorar a nossa aventura uma vez mais!
Enquanto uns tinham aquelas coisas típicas para fazer às motas, do tipo, lubrificar transmissão, lubrificar isto, aquilo, limpar o pó e tal e coisa...coisas de motas... eu tirava umas fotos e apreciava o lago, o albergue e a minha mota!
Como podem ver, o albergue era a coisa mais simples que há e até o Paulo perguntou se era mesmo ali que íamos ficar! Mas sim, era mesmo ali, bem junto ao lago, naquilo que parecem ruínas mas onde nos receberam com uma simpatia inigualável. Era o Aubergue Tislit!
A electricidade era gerada por uns painéis fotovoltaicos, armazenada numa bateria de carro e daí tínhamos luz (pouca) e podíamos carregar tlms e máquinas. Não havia internet o que foi muito bom porque nos pôs todos a falar, a rever fotos e a rir dos dias e do que já tínhamos passado! A sala estava quentinha, era aquecida por uma enorme caldeira e fomos recebidos com um chá quentinho e uns doces que souberam que nem ginjas! Ao jantar couscous com frango que veio mesmo a calhar!
Como podem ver, já alguém tinha deixado a marca do nosso clube na janela e nós fizemos questão de deixar a nossa também!
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O albergue estava lotado, partilhamos o local com um grupo de 23 portugueses que viajavam numa caravana de jipes e onde esta o Rogério, um dos responsáveis pelo roteiro que estávamos a fazer em Marrocos! E ele foi um deus porque nos ofereceu 4 cervejas geladinhas!
Estávamos no coração do Alto Atlas! Até amanhã!
Última edição por abbocath em 26 mai 2018 09:08, editado 2 vezes no total.
Rui Peixoto
Sócio 689
R 75/5 1971
K 100 RS 1987
R 1150 GS 2002
Sócio 689
R 75/5 1971
K 100 RS 1987
R 1150 GS 2002
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