Teste à nova C 650 GT
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Teste à nova C 650 GT
Mais uma vez, por cortesia da MOTOMIL, tive a oportunidade de passear e testar, um dos modelos mais recentes da BMW Motorrad.
A novíssima scooter da BMW, a C 650 GT, versão de 2015.
Quando se olha para ela, é antes de mais uma mota muito apelativa esteticamente.
Fazendo apelo a pormenores que, facilmente, a posicionam no universo BMW.
É o caso dos faróis da frente, com luzes diurnas centrais de led.
O vidro frontal, comandado electricamente, que proporciona uma excelente protecção aerodinâmica.
E o conjunto, farolim e piscas traseiros, igual ao da RT.
Também os comandos nos punhos são iguais aos das outras BMW's actuais.
Aqui, do lado esquerdo, como não está presente, nem disponível como extra, a rodela de comando do GPS e do computador de bordo, o comando dos piscas já é, finalmente, facilmente manobrável pelo polegar da mão esquerda.
O painel de instrumentos é muito atraente e legível, permitindo uma boa percepção das muitas informações disponíveis.
Peca pelos reflexos que apresenta, quando o Sol incide sobre ele directamente.
No centro da coluna de direcção, encontra-se uma atraente tampa que, uma vez retirada, permite a montagem de um acessório específico, para a colocação de periféricos, como por exemplo, um GPS.
Inovador é o posicionamento dos piscas frontais, de led's.
A nível de ergonomia, é possível ajustar a posição das manetes que actuam os travões, a da direita, o da frente e a da esquerda, o traseiro, com 5 posições possíveis.
Assim como a posição do, muito útil e atraente, apoio lombar do condutor, neste caso, em 3 posições possíveis.
O cuidado com o conforto, do condutor e passageiro, também está bem patente no excelente banco de 2 andares.
Que tinha também, como extra, aquecimento separado, para cada um dos ocupantes, em 2 níveis de temperatura e com uma opção de activação automática, em função da temperatura exterior.
Nos punhos aquecidos, também extra, com as mesmas opções de aquecimento, que os bancos.
Nas boas pegas para o passageiro, que são de origem.
No engenhoso mas simples sistema que permite dosear a quantidade de ar, ou água!! que passa para o dorso do condutor.
Nos excelentes porta-luvas, um à direita.
E o outro à esquerda, da coluna central.
Neste caso, com uma tomada de corrente no seu interior.
No espaçoso compartimento de carga, por baixo do banco, onde cabem 2 capacetes integrais, além de outros objectos mais pequenos e que conta também com uma tomada de corrente.
Iluminado.
Com basculação assistida, para facilitar o seu acionamento.
Nos apoios para os pés do condutor, com duas posições possíveis, uma mais tradicional, em baixo e outra mais relaxada, na dianteira, a fazer lembrar as "Chopper" Americanas.
Nas plataformas para apoio dos pés do passageiro, muito confortáveis e bem posicionadas.
A chave, muito bem colocada, permite comandar, sem a retirar, a ignição, a tranca direcção, a basculação do banco.
E, por último, a abertura da tampa de acesso ao tampão da gasolina.
Por baixo do banco, está disponível uma bolsa com ferramentas muito básicas.
Mas que permitem, nomeadamente, a regulação da posição do apoio lombar do condutor.
Ou a regulação da pré-carga da mola do amortecedor traseiro, em função do peso transportado.
Esta é, aliás, a única regulação possível a nível dinâmico.
Na dianteira, a travagem é assegurada por 2 discos, com pinças flutuantes de 2 êmbolos e a suspensão usa forquilha hidráulica invertida.
A jante é de 15 polegadas.
Na traseira, a travagem é assegurada por 1 disco, com pinça flutuante de 2 êmbolos e a suspensão usa amortecedor único, em posição horizontal.
O ABS, como em todas as BMW's actuais, é de origem.
A jante é também de 15 polegadas.
O braço oscilante é em alumínio fundido e integra no seu interior, a transmissão secundária, por corrente e o diferencial.
A nível da segurança, para além dos excelentes espelhos retrovisores, que permitem uma óptima visibilidade para trás.
A mota que testei tinha ainda, como extra, o inovador sistema, "Side View Assist", que detecta, entre os 25 km/h e os 80 km/h, num raio de 5 m, a presença de veículos, nos chamados ângulos mortos dos espelhos retrovisores.
https://youtu.be/HVkjyyGsiuc
Quando algum veículo entra lateralmente, numa dessas zonas de pouca visibilidade, com uma diferença de velocidade, em relação ao nosso andamento actual, superior a 10 km/h, acende-se um triangulo amarelo de aviso, que está posicionado na base do espelho retrovisor do respectivo lado.
Igualmente, quando se aciona um pisca, se existir algum veículo nas condições anteriores, o mesmo triângulo pisca, ao ritmo do sinalizador de mudança de direcção.
Tudo isto é conseguido, com a leitura que os 4 sensores, colocados nas extremidades da mota, fazem do que se passa à sua volta.
Para a segurança, desta vez estática, a C 650 GT tem um muito útil travão de estacionamento que é, automaticamente acionado, quando se abre o descanso lateral.
A mota que testei tinha também, como extra, o sistema de luz diurna automática, que detecta o aparecimento de zonas escuras, por exemplo túneis, ou o escurecer normal, passando a iluminação, dos led's diurnos, sempre ligados, para os médios.
No entanto, este extra é inútil em Portugal uma vez que, na nossa legislação, é obrigatório, no mínimo, circular sempre com os médios ligados, não reconhecendo legalidade à "modernice" dos led's de iluminação diurna.
O controlo de pressão dos pneus e o alarme, também faziam parte do pacote de extras existente nesta mota.
O alarme, muito útil para manter os amigos do alheio afastados, tem no entanto o defeito de, quando selecionado no menu do computador de bordo, activar-se, alguns segundos depois de se por a chave na posição "off", mesma sem a retirar do canhão, não permitindo, por exemplo, subir ou estar sentado em cima da mota, ou mesmo deslocá-la, desligada, para fazer manobras.
Nessas situações, o alarme dispara logo.
O alarme só deveria ficar activo, quando a chave fosse retirada.
Um pormenor a rectificar pela BMW.
Tirando o Top Case, o sistema de navegação e o cabo de segurança anti-furto, para colocar, entre o punho esquerdo e qualquer outro objecto ou a própria mota, esta mota tinha todos os extras disponíveis.
Como características principais, a C 650 GT tem um motor de 2 cilindros paralelos, com 647 c.c. de capacidade, arrefecido a líquido, com 4 válvulas por cilindro, acionadas por 2 árvores de cames à cabeça.
Este está totalmente carenado, sendo impossível observá-lo pelo exterior da mota.
Debita 60 cv de potência máxima, às 7.750 rpm e disponibiliza um binário máximo de 63 Nm, às 6.000 rpm.
Apresenta alguma trepidação, principalmente ao relanti, mas produz uma sonoridade muito interessante, resultado da elaborada e bonita panela de escape.
O sistema de transmissão é assegurado por embraiagem centrífuga e "caixa" de variação contínua, que mantém, até aos 100/120 km/h, o motor em regimes mais ou menos constantes, sempre na faixa de rotações de binário máximo.
Só ultrapassando essa velocidade, é que o motor passa a rotações mais elevadas.
A transmissão final é por corrente, no interior do braço oscilante, e diferencial, no eixo da roda traseira.
Quando se pega na mota, a primeira impressão que se tem é que é uma mota pesada.
São 261 kg, a seco.
Também, a operação de "subir e descer", para o banco, nem sempre é uma tarefa fácil.
Alçando a perna por trás, o apoio lombar intromete-se no movimento, passando a perna pela frente, a altura do eixo central do quadro, não facilita muito a operação.
É uma manobra que tem de ser bem treinada.
No entanto, como toda a mota é muito baixa, é fácil de manobrar, mesmo desligada.
Quando se liga o motor sentem-se, de forma evidente, as vibrações do motor.
Logo que se acelera, esse vibrar quase que desaparece, com uma resposta muito pronta do motor e principalmente da transmissão que, ao contrário do modelo anterior, que este substituiu, permite um arranque, quase imediato, não se sentindo o "delay" que antes ocorria.
Uma característica muito interessante, desta transmissão de embraiagem automática, é que, logo após o arranque, o motor se mantêm numa rotação quase constante, na faixa do melhor binário, cabendo, ao variador contínuo, o aumento da velocidade da mota.
Só ultrapassando, os 100/120 km/h, é que a rotação do motor começa a aumentar e de forma muito rápida.
Na cidade, é uma delícia andar com esta mota.
É muito estreita e, com um motor muito vivo, os 60 cv notam-se bem, e uma transmissão bem afinada para a utilização citadina, é com grande desenvoltura que se movimenta no meio do transito, fazendo sempre que o desejamos, arranques fulgurantes em todos os semáforos.
Por vezes, quando o piso está mais degradado, a suspensão é um pouco seca, transmitindo ao nosso corpo os defeitos do asfalto.
Quando saímos da cidade e apanhamos as vias rápidas e autoestradas, rapidamente se chega à velocidade máxima do velocímetro, 180 km/h, parecendo que, mesmo depois disso, ela continua a ganhar velocidade.
Nestas situações, apresenta uma grande estabilidade e rigidez, quer em recta, quer em curva, estando a suspensão bem afinada para que, perante as irregularidades do piso e as transferências de massa, o equilíbrio dinâmico nunca seja comprometido.
É com grande confiança que esta scooter devora, de forma rápida e fluida, este tipo de vias.
Também os travões são muito eficientes, com muita potência, mas muito progressivos e doseáveis.
É nestas alturas que a posição de condução, à "americana", ou seja, com os pés para a frente, é mais utilizável, permitindo fazer viagens mais longas, com todo o conforto e descontração. A protecção aerodinâmica também é muito boa e o apoio lombar ajuda muito ao prazer de condução.
Nesta posição "chopper", e como a mota não é muito larga na frente, o único senão é a corrente de ar que entra pelas calças, na zona dos tornozelos, e sobe pelas pernas acima.
Perante esta corrente de ar, fria no Inverno, não é possível por os pés mais para o centro, pois aí já se encontra a zona central do quadro.
Este é talvez o único defeito na ergonomia desta mota, o espaço reduzido, em largura, para por os pés.
Também andei com ela em zonas sinuosas.
Aqui, ela trava, curva e acelera muito bem, principalmente à saída das curvas, permitindo um ritmo muito vivo.
Mais uma vez, a posição "chopper" é muito relaxante e eficaz, para aumentar o prazer e rapidez da viagem.
Como aproveitei o empréstimo desta mota, para ir à apresentação e inscrição, no 18º Portugal de Lés-a-Lés, que decorreu no Luso, fiz, no mesmo dia, cerca de 600 km.
Andei em vias rápidas, estradas nacionais, na movimentada N1/IC2, nas estradas do Luso/Buçaco e, no final, na autoestrada A1, entre a Mealhada e Lisboa.
Apesar de ser uma "acelera", comportou-se muito bem em todas as situações, dando mesmo muito mais prazer de condução do que estava à espera.
Para uma viagem como esta, a autonomia é que é um pouco justa.
Se, em estradas nacionais e sinuosas, mas a velocidades não muito elevadas, os 16 litros do depósito, em que 3 são de reserva, dão para fazer cerca de 300 km, em autoestrada, com uma velocidade constante, entre os 140 km/h e os 150 km/h, o mesmo depósito só dá, a custo, para 200 km.
Curiosamente, o computador de bordo que, para além do consumo médio, também nos pode apresentar o consumo instantâneo no display informativo, nunca nos apresenta os km que ainda podemos percorrer com a gasolina que temos, apresentando antes, logo que se acende a luz da reserva, os km percorridos desde esse instante.
Este é outro dos poucos defeitos desta mota.
Quando se passa dos 100/120 km/h, e o motor abandona a faixa central da gama de rotações, a C 650 GT torna-se muito gulosa!!
Mas também, quem compra uma mota destas não está, de certeza, a pensar utilizá-la em longas viagens de autoestrada.
O "Side View Assist" é uma boa ajuda no meio do transito, apresentado, no entanto, algumas limitações.
Só funciona entre os 25 km/h e os 80 km/h e dá algumas indicações "erradas", principalmente do lado direito, quando se passa junto de obstáculos fixos como, sebes, sinais de transito, postes, etc.
Penso que ainda precisará de alguma afinação de software.
Esta scooter está bem pensada para a utilização citadina, assim como, para as viagens rápidas, mas curtas, nas vias rápidas e circulares à volta da cidade.
Nessas situações é, de certeza, uma das melhores opções do mercado.
É uma verdadeira "GT", urbana e suburbana, cheia de caracter, qualidades e conforto.
Foi assim com muita pena que, no final deste teste drive, tive que abandonar a C 650 GT, à porta da MOTOMIL.
Mais uma vez, um grande agradecimento à MOTOMIL, na pessoa do Filipe Guerreiro, pela excelente experiência que me proporcionou.
Obrigado.
A novíssima scooter da BMW, a C 650 GT, versão de 2015.
Quando se olha para ela, é antes de mais uma mota muito apelativa esteticamente.
Fazendo apelo a pormenores que, facilmente, a posicionam no universo BMW.
É o caso dos faróis da frente, com luzes diurnas centrais de led.
O vidro frontal, comandado electricamente, que proporciona uma excelente protecção aerodinâmica.
E o conjunto, farolim e piscas traseiros, igual ao da RT.
Também os comandos nos punhos são iguais aos das outras BMW's actuais.
Aqui, do lado esquerdo, como não está presente, nem disponível como extra, a rodela de comando do GPS e do computador de bordo, o comando dos piscas já é, finalmente, facilmente manobrável pelo polegar da mão esquerda.
O painel de instrumentos é muito atraente e legível, permitindo uma boa percepção das muitas informações disponíveis.
Peca pelos reflexos que apresenta, quando o Sol incide sobre ele directamente.
No centro da coluna de direcção, encontra-se uma atraente tampa que, uma vez retirada, permite a montagem de um acessório específico, para a colocação de periféricos, como por exemplo, um GPS.
Inovador é o posicionamento dos piscas frontais, de led's.
A nível de ergonomia, é possível ajustar a posição das manetes que actuam os travões, a da direita, o da frente e a da esquerda, o traseiro, com 5 posições possíveis.
Assim como a posição do, muito útil e atraente, apoio lombar do condutor, neste caso, em 3 posições possíveis.
O cuidado com o conforto, do condutor e passageiro, também está bem patente no excelente banco de 2 andares.
Que tinha também, como extra, aquecimento separado, para cada um dos ocupantes, em 2 níveis de temperatura e com uma opção de activação automática, em função da temperatura exterior.
Nos punhos aquecidos, também extra, com as mesmas opções de aquecimento, que os bancos.
Nas boas pegas para o passageiro, que são de origem.
No engenhoso mas simples sistema que permite dosear a quantidade de ar, ou água!! que passa para o dorso do condutor.
Nos excelentes porta-luvas, um à direita.
E o outro à esquerda, da coluna central.
Neste caso, com uma tomada de corrente no seu interior.
No espaçoso compartimento de carga, por baixo do banco, onde cabem 2 capacetes integrais, além de outros objectos mais pequenos e que conta também com uma tomada de corrente.
Iluminado.
Com basculação assistida, para facilitar o seu acionamento.
Nos apoios para os pés do condutor, com duas posições possíveis, uma mais tradicional, em baixo e outra mais relaxada, na dianteira, a fazer lembrar as "Chopper" Americanas.
Nas plataformas para apoio dos pés do passageiro, muito confortáveis e bem posicionadas.
A chave, muito bem colocada, permite comandar, sem a retirar, a ignição, a tranca direcção, a basculação do banco.
E, por último, a abertura da tampa de acesso ao tampão da gasolina.
Por baixo do banco, está disponível uma bolsa com ferramentas muito básicas.
Mas que permitem, nomeadamente, a regulação da posição do apoio lombar do condutor.
Ou a regulação da pré-carga da mola do amortecedor traseiro, em função do peso transportado.
Esta é, aliás, a única regulação possível a nível dinâmico.
Na dianteira, a travagem é assegurada por 2 discos, com pinças flutuantes de 2 êmbolos e a suspensão usa forquilha hidráulica invertida.
A jante é de 15 polegadas.
Na traseira, a travagem é assegurada por 1 disco, com pinça flutuante de 2 êmbolos e a suspensão usa amortecedor único, em posição horizontal.
O ABS, como em todas as BMW's actuais, é de origem.
A jante é também de 15 polegadas.
O braço oscilante é em alumínio fundido e integra no seu interior, a transmissão secundária, por corrente e o diferencial.
A nível da segurança, para além dos excelentes espelhos retrovisores, que permitem uma óptima visibilidade para trás.
A mota que testei tinha ainda, como extra, o inovador sistema, "Side View Assist", que detecta, entre os 25 km/h e os 80 km/h, num raio de 5 m, a presença de veículos, nos chamados ângulos mortos dos espelhos retrovisores.
https://youtu.be/HVkjyyGsiuc
Quando algum veículo entra lateralmente, numa dessas zonas de pouca visibilidade, com uma diferença de velocidade, em relação ao nosso andamento actual, superior a 10 km/h, acende-se um triangulo amarelo de aviso, que está posicionado na base do espelho retrovisor do respectivo lado.
Igualmente, quando se aciona um pisca, se existir algum veículo nas condições anteriores, o mesmo triângulo pisca, ao ritmo do sinalizador de mudança de direcção.
Tudo isto é conseguido, com a leitura que os 4 sensores, colocados nas extremidades da mota, fazem do que se passa à sua volta.
Para a segurança, desta vez estática, a C 650 GT tem um muito útil travão de estacionamento que é, automaticamente acionado, quando se abre o descanso lateral.
A mota que testei tinha também, como extra, o sistema de luz diurna automática, que detecta o aparecimento de zonas escuras, por exemplo túneis, ou o escurecer normal, passando a iluminação, dos led's diurnos, sempre ligados, para os médios.
No entanto, este extra é inútil em Portugal uma vez que, na nossa legislação, é obrigatório, no mínimo, circular sempre com os médios ligados, não reconhecendo legalidade à "modernice" dos led's de iluminação diurna.
O controlo de pressão dos pneus e o alarme, também faziam parte do pacote de extras existente nesta mota.
O alarme, muito útil para manter os amigos do alheio afastados, tem no entanto o defeito de, quando selecionado no menu do computador de bordo, activar-se, alguns segundos depois de se por a chave na posição "off", mesma sem a retirar do canhão, não permitindo, por exemplo, subir ou estar sentado em cima da mota, ou mesmo deslocá-la, desligada, para fazer manobras.
Nessas situações, o alarme dispara logo.
O alarme só deveria ficar activo, quando a chave fosse retirada.
Um pormenor a rectificar pela BMW.
Tirando o Top Case, o sistema de navegação e o cabo de segurança anti-furto, para colocar, entre o punho esquerdo e qualquer outro objecto ou a própria mota, esta mota tinha todos os extras disponíveis.
Como características principais, a C 650 GT tem um motor de 2 cilindros paralelos, com 647 c.c. de capacidade, arrefecido a líquido, com 4 válvulas por cilindro, acionadas por 2 árvores de cames à cabeça.
Este está totalmente carenado, sendo impossível observá-lo pelo exterior da mota.
Debita 60 cv de potência máxima, às 7.750 rpm e disponibiliza um binário máximo de 63 Nm, às 6.000 rpm.
Apresenta alguma trepidação, principalmente ao relanti, mas produz uma sonoridade muito interessante, resultado da elaborada e bonita panela de escape.
O sistema de transmissão é assegurado por embraiagem centrífuga e "caixa" de variação contínua, que mantém, até aos 100/120 km/h, o motor em regimes mais ou menos constantes, sempre na faixa de rotações de binário máximo.
Só ultrapassando essa velocidade, é que o motor passa a rotações mais elevadas.
A transmissão final é por corrente, no interior do braço oscilante, e diferencial, no eixo da roda traseira.
Quando se pega na mota, a primeira impressão que se tem é que é uma mota pesada.
São 261 kg, a seco.
Também, a operação de "subir e descer", para o banco, nem sempre é uma tarefa fácil.
Alçando a perna por trás, o apoio lombar intromete-se no movimento, passando a perna pela frente, a altura do eixo central do quadro, não facilita muito a operação.
É uma manobra que tem de ser bem treinada.
No entanto, como toda a mota é muito baixa, é fácil de manobrar, mesmo desligada.
Quando se liga o motor sentem-se, de forma evidente, as vibrações do motor.
Logo que se acelera, esse vibrar quase que desaparece, com uma resposta muito pronta do motor e principalmente da transmissão que, ao contrário do modelo anterior, que este substituiu, permite um arranque, quase imediato, não se sentindo o "delay" que antes ocorria.
Uma característica muito interessante, desta transmissão de embraiagem automática, é que, logo após o arranque, o motor se mantêm numa rotação quase constante, na faixa do melhor binário, cabendo, ao variador contínuo, o aumento da velocidade da mota.
Só ultrapassando, os 100/120 km/h, é que a rotação do motor começa a aumentar e de forma muito rápida.
Na cidade, é uma delícia andar com esta mota.
É muito estreita e, com um motor muito vivo, os 60 cv notam-se bem, e uma transmissão bem afinada para a utilização citadina, é com grande desenvoltura que se movimenta no meio do transito, fazendo sempre que o desejamos, arranques fulgurantes em todos os semáforos.
Por vezes, quando o piso está mais degradado, a suspensão é um pouco seca, transmitindo ao nosso corpo os defeitos do asfalto.
Quando saímos da cidade e apanhamos as vias rápidas e autoestradas, rapidamente se chega à velocidade máxima do velocímetro, 180 km/h, parecendo que, mesmo depois disso, ela continua a ganhar velocidade.
Nestas situações, apresenta uma grande estabilidade e rigidez, quer em recta, quer em curva, estando a suspensão bem afinada para que, perante as irregularidades do piso e as transferências de massa, o equilíbrio dinâmico nunca seja comprometido.
É com grande confiança que esta scooter devora, de forma rápida e fluida, este tipo de vias.
Também os travões são muito eficientes, com muita potência, mas muito progressivos e doseáveis.
É nestas alturas que a posição de condução, à "americana", ou seja, com os pés para a frente, é mais utilizável, permitindo fazer viagens mais longas, com todo o conforto e descontração. A protecção aerodinâmica também é muito boa e o apoio lombar ajuda muito ao prazer de condução.
Nesta posição "chopper", e como a mota não é muito larga na frente, o único senão é a corrente de ar que entra pelas calças, na zona dos tornozelos, e sobe pelas pernas acima.
Perante esta corrente de ar, fria no Inverno, não é possível por os pés mais para o centro, pois aí já se encontra a zona central do quadro.
Este é talvez o único defeito na ergonomia desta mota, o espaço reduzido, em largura, para por os pés.
Também andei com ela em zonas sinuosas.
Aqui, ela trava, curva e acelera muito bem, principalmente à saída das curvas, permitindo um ritmo muito vivo.
Mais uma vez, a posição "chopper" é muito relaxante e eficaz, para aumentar o prazer e rapidez da viagem.
Como aproveitei o empréstimo desta mota, para ir à apresentação e inscrição, no 18º Portugal de Lés-a-Lés, que decorreu no Luso, fiz, no mesmo dia, cerca de 600 km.
Andei em vias rápidas, estradas nacionais, na movimentada N1/IC2, nas estradas do Luso/Buçaco e, no final, na autoestrada A1, entre a Mealhada e Lisboa.
Apesar de ser uma "acelera", comportou-se muito bem em todas as situações, dando mesmo muito mais prazer de condução do que estava à espera.
Para uma viagem como esta, a autonomia é que é um pouco justa.
Se, em estradas nacionais e sinuosas, mas a velocidades não muito elevadas, os 16 litros do depósito, em que 3 são de reserva, dão para fazer cerca de 300 km, em autoestrada, com uma velocidade constante, entre os 140 km/h e os 150 km/h, o mesmo depósito só dá, a custo, para 200 km.
Curiosamente, o computador de bordo que, para além do consumo médio, também nos pode apresentar o consumo instantâneo no display informativo, nunca nos apresenta os km que ainda podemos percorrer com a gasolina que temos, apresentando antes, logo que se acende a luz da reserva, os km percorridos desde esse instante.
Este é outro dos poucos defeitos desta mota.
Quando se passa dos 100/120 km/h, e o motor abandona a faixa central da gama de rotações, a C 650 GT torna-se muito gulosa!!
Mas também, quem compra uma mota destas não está, de certeza, a pensar utilizá-la em longas viagens de autoestrada.
O "Side View Assist" é uma boa ajuda no meio do transito, apresentado, no entanto, algumas limitações.
Só funciona entre os 25 km/h e os 80 km/h e dá algumas indicações "erradas", principalmente do lado direito, quando se passa junto de obstáculos fixos como, sebes, sinais de transito, postes, etc.
Penso que ainda precisará de alguma afinação de software.
Esta scooter está bem pensada para a utilização citadina, assim como, para as viagens rápidas, mas curtas, nas vias rápidas e circulares à volta da cidade.
Nessas situações é, de certeza, uma das melhores opções do mercado.
É uma verdadeira "GT", urbana e suburbana, cheia de caracter, qualidades e conforto.
Foi assim com muita pena que, no final deste teste drive, tive que abandonar a C 650 GT, à porta da MOTOMIL.
Mais uma vez, um grande agradecimento à MOTOMIL, na pessoa do Filipe Guerreiro, pela excelente experiência que me proporcionou.
Obrigado.
Última edição por JoseMorgado em 06 fev 2016 19:16, editado 16 vezes no total.
José Morgado
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Re: Teste à nova C 650 GT
Muito bem! Parece que a motita catita.
Infelizmente não me é tão apelativa como a C sport!
Infelizmente não me é tão apelativa como a C sport!
Amândio de Aveiro
(da Madeira, mas em Oslo)
A Zarolha - R1150 GS 2000 [2002-2013]
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Re: Teste à nova C 650 GT
José,
excelente tua reportagem!!
Nunca me imaginei numa destas, mas deu vontade após teu relato.
Abçs
Luiz
excelente tua reportagem!!
Nunca me imaginei numa destas, mas deu vontade após teu relato.
Abçs
Luiz
- JoseMorgado
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Re: Teste à nova C 650 GT
É um bom tema, quando a MOTOMIL tiver uma C 650 Sport disponível para teste-drive, vou propor-lhes fazer uma comparação!!amandio Escreveu:Infelizmente não me é tão apelativa como a C sport!
De qualquer maneira, pelas descrições, as diferenças são, as "mordomias", o tamanho e, claro, o peso.
São menos 12 kg.
Tudo o resto; motor, transmissão, sistema eléctrico, suspensão, direcção, quadro, rodas, travões, depósito de gasolina, etc., é igual nas duas.
Podem ver isso mesmo no site da BMW Motorrad:
http://www.bmw-motorrad.pt/pt/pt/index. ... ¬rack=1
Na opção "Compare Models".
Fico com este desafio "por trás da orelha"!!!
José Morgado
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Re: Teste à nova C 650 GT
Amândio de Aveiro
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Re: Teste à nova C 650 GT
Entretanto fiz alumas alterações e acrescentos ao post inicial, (16), segundo a contabilidade do Fórum!
Isto de escrever, e por fotos, de uma assentada, às vezes provoca erros e esquecimentos!!
Isto de escrever, e por fotos, de uma assentada, às vezes provoca erros e esquecimentos!!
José Morgado
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- Eduardo Filipe
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Re: Teste à nova C 650 GT
Grande reportagem.
Gostei da máquina!
Quando tiver 90 anos vai ser um caso para pensar em adquirir uma deste género...!!!
Gostei da máquina!
Quando tiver 90 anos vai ser um caso para pensar em adquirir uma deste género...!!!
Abraço
Eduardo Filipe
"Posso não voltar...,mas vou...!!!"
Eduardo Filipe
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- JoseMorgado
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Re: Teste à nova C 650 GT
Nessa altura a BMW já ter coisas parecidas com "motas voadoras"!!
José Morgado
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- JoseMorgado
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Re: Teste à nova C 650 GT
Enquanto não surge a oportunidade para se poder fazer uma comparação das Scooter's da BMW aqui no Fórum, aqui fica o artigo publicado pela "Andar de Moto":
http://www.andardemoto.pt/test-drives/2 ... -nascenca/
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José Morgado
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