Teste à K1600 Grand America
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Teste à K1600 Grand America
Após o Teste feito à K1600 Bagger,
Que pode ser visto em:
Teste à K1600 Bagger
Impunha-se o Teste à K1600 Grand America.
Que só foi possível com a Simpatia da BMW Motorrad Portugal, que emprestou este espectacular exemplar, Amarelo Austin, (Austin Yellow Metallic), para um passeio pela EN2, que pode ser visto em:
EN2 de Chaves a Faro
Tirando alguma da roupagem exterior, onde o vidro frontal é um pouco maior.
E o top case, que não existe na Bagger.
Que dá um aspecto muito imponente à traseira da Grand America.
Tudo o resto, até a designação exterior, é igual.
Para a individualização da Grand America, foi colocada no depósito de combustível, uma "chapa" identificativa.
No "interior", a Grand America é também exactamente igual à Bagger!
O motor.
Com os mesmos 1.649 c.c., distribuídos por 6 cilindros em linha transversais, apresenta 160 hp e 170 Nm de binário, 70% dos quais, disponíveis logo às 1.500 rpm.
A caixa de velocidades, com as mesmas seis relações.
E o excelente Assistente de Mudança de Velocidades Pro, Quick Shift, um extra.
O lindíssimo quadro, em dupla trave de alumínio fundido, com motor autoportante.
Tudo muito bem integrado pelo conjunto das carenagens inferiores.
As suspensões, com Duolever e amortecedor central, na dianteira.
E Paralever na traseira.
Sensor de posição.
Tudo muito difícil de ver pelo exterior.
E com os cursos de ambas as suspensões, exactamente iguais aos da Bagger.
Os travões, com sistema Integral Parcial, e Integral ABS Pro.
Contam com dois discos flutuantes, de 320 mm de diâmetro e pinças fixas de quatro êmbolos, na dianteira.
E disco simples, de 320 mm de diâmetro e pinça flutuante de êmbolo duplo, na traseira.
As rodas, com 3,50 x 17" na dianteira.
E 6,00 x 17" na traseira, tudo igual à Bagger.
O Cockpit.
O painel.
Aspecto nocturno.
Com o Computador de Bordo a dar as mesmas informações sobre:
- Consumo Médio
- Consumo Instantâneo
- Autonomia
- Velocidade Média
- Temperatura Exterior
- Pressão dos Pneus
- Cronómetro
- Tempos de Viagem
- Data
- Tensão de Bordo
- Nível do Óleo
- Conta quilómetros parciais, Trip1, Trip2 e Trip Auto
As colunas do sistema sonoro.
Que nesta Grand America só existiam à frente, ainda que exista um Extra que possibilita a montagem de um Kit, com colunas também no Top Case.
Está presente o mesmo engenhoso, mas eficaz, sistema de encaixe e bloqueio do GPS.
Que, logo que se desliga a ignição, o vidro frontal baixa, impedindo a retirada do GPS por pessoas "não autorizadas".
Os espelhos, com um atraente design, e muito bem posicionados, continuam muito eficientes na visibilidade que proporcionam para a retaguarda.
Assim como os piscas dianteiros, de LED.
E os pesos do guiador, que continuam iguais aos da Bagger.
Igual é também o "estranho" e volumoso guiador, que suscita todo o tipo de opiniões, sempre pouco abonatórias para a solução proposta.
Que tal como na Bagger, também causa dificuldades na altura de bastecer com combustível.
A sua amarração também é feita ao estilo das nineT's, algo estranho para uma K1600.
Esta Grand America tinha Keyless, um extra comum nestas Motas.
Os comandos do lado esquerdo.
Com o comando da Marcha a Trás, "R", e dos faróis suplementares, autonomizados.
A excelente "rodela" de comando dos Menus do computador e também, do GPS e Rádio.
Mas que dificulta a utilização do comando dos piscas, "ajaponesado", e que fica assim longe do polegar esquerdo, mas igual ao de todas as BMW, pós 2010.
O comando de Luzes Diurnas Automáticas.
Inúteis, porque ilegais, em Portugal.
As manetes, reguláveis no afastamento.
À esquerda.
E à direita.
Os comandos do lado direito.
Com o controlo dos Modos de Condução e Fecho Central de todas as Malas.
O botão da Chamada de Emergência Inteligente.
Uma novidade em relação à Bagger.
Novo sistema de segurança da BMW, disponível desde o princípio de 2018.
O conjunto de faróis.
Com o sistema de Luz de Condução Diurna, ilegal em Portugal.
Mas com o excelente Adaptive Xenon, um Extra.
As dimensões exteriores, a distância entre eixos e o ângulo da coluna de direcção, são também iguais nos dois modelos.
Também são iguais, os 2 tipos de banco disponíveis, o alto e o baixo para o condutor, com as mesmas dimensões do arco interior das pernas.
Os poisa pés são semelhantes aos da Bagger, largos e confortáveis.
Que, em conjugação com os estrados de descanso dianteiros.
Permitem o encontrar de várias opções confortáveis, para o posicionamento das pernas do condutor.
Por baixo desses estrados, estão as protecções contra os danos causados por pequenas quedas.
Na Grand America, os "avisadores" que costumam estar nos poisa pés do condutor, estão nestes "estrados", que por isso são basculantes.
No final deste Passeio, já estavam um bocadinho "comidos".
E, logo à frente, estão colocados dois potentes faróis suplementares, um de cada lado que, em Portugal, só podem ser legalmente utilizados em situações meteorológicas de deficiente visibilidade.
As carenagens laterais que protegem as pernas do condutor, tal como na Bagger, são de menor dimensão que as da GT e GTL, e têm um recorte diferente.
Perdem assim os espaços de arrumação que nelas existem.
Os comandos do Rádio são iguais e estão localizados no mesmo local das restantes K1600.
Assim como os deflectores que canalizam, quando pretendido, ar fresco para o condutor.
O Assento é um pouco diferente do da Bagger.
Mas igualmente confortável.
Com destaque para a parte dedicada ao passageiro.
Que, potenciada pelo "encosto" proporcionado pela presença do Top Case.
Com este pormenor.
E com as bem posicionadas, e generosas pegas.
Fazem com que o passageiro vá sentado numa verdadeira poltrona.
As malas são iguais.
Apesar de parecerem pequenas, têm um volume de armazenagem bastante generoso.
Pela sua forma, não conseguem é albergar todo o tipo de capacetes.
São forradas interiormente de borracha e contam também com as úteis redes de contenção de pequenos objectos na base, recolhíveis, que assim não os deixam cair para o chão.
O sistema de tranca e abertura, é semelhante ao das malas das outras BMW Touring.
Estando na do lado direito, também, o sistema de comando do aquecimento do banco do passageiro, com 2 níveis.
Também deste lado, está a "bolsa" que permite alojar, e ligar, suportes digitais de música, que assim podem ser "utilizados" no sistema multimédia da Grand America.
Estas malas não são facilmente removíveis.
No rebordo superior interior da mala esquerda, está a patilha que serve para destrancar o banco.
Que é único.
E que esconde os sistemas electrónicos, nomeadamente, a plataforma audio e bluetooth, Alpine.
Os fusíveis, ficha de diagnóstico, bateria, e o kit básico de ferramenta, composto apenas por uma chave de fendas/torx e uma chave torx.
O banco tem também uma zona para colocar, em segurança, o Manual do Utilizador.
Para ser totalmente retirado, é necessário desconectar esta ficha, que alimenta o aquecimento do banco.
Este banco não tem regulação de altura.
Mas a grande mais Valia, e diferenciação da Grand America, é mesmo o seu grande e imponente Top Case.
Totalmente forrado e "Alcatifado", com abertura hidráulica.
E iluminação interior LED.
Cabem à vontade 2 capacetes grandes e muitas outras "coisas".
Assim como acontece com as malas, sem ferramenta, não é possível a sua retirada.
Pormenor do seu design exterior.
Duas tomadas de corrente estavam presentes.
Uma na dianteira, ao alcance do condutor.
E outra junto à traseira do assento, ao alcance do passageiro.
A Grand America dá nas vistas, desde logo, quando está parada.
Em Portugal também existe a opção em preto, mais discreta, Black Storm Metallic, mas esta versão, Amarelo Austin, é a mais apelativa.
Tal como na Bagger, e apesar do elevado peso do conjunto, logo que nos sentamos no banco do condutor, muito baixo, e bem desenhado, podemos imediatamente usufruir de todas as qualidades dinâmicas e tecnológicas presentes.
Começamos logo pela Marcha a Trás, um dos muitos extras presentes, que se "engata" com o botão "R".
E se acciona no botão de "arranque".
Dá uma enorme ajuda, e uma grande "tranquilidade", sempre que é necessário fazer manobras de estacionamento em espaços mais reduzidos e, principalmente, inclinados, mesmo que pouco.
No entanto, tal como a BMW "avisa", é apenas um sistema de "ajuda", que não permite fazer recuar a Grand America em planos de grande declive ou, por exemplo, subir passeios.
Pena é que, apesar de eléctrica, sempre que se aciona a marcha a trás, o regime do motor seja significativamente acelerado, chamando a atenção de quem está à nossa volta.
Mas esta Grand America é feita para andar, principalmente para a frente.
Assim, logo que se engata a 1ª, apesar do "solavanco" inicial, tudo é de uma suavidade impressionante.
A embraiagem, muito leve e progressiva, proporciona um inicio de marcha muito confiante.
Claro que o baixo centro de gravidade ajuda muito mas, o que mais impressiona, é a disponibilidade deste "enorme" motor, que é grande em capacidade, mas não em tamanho, e que faz jus ao que a BMW anuncia.
75% do binário, logo disponível às 1.500 rpm.
É assim possível andar a 30/40 km/h, na cidade e no meio do transito, sempre em 6ª e, com grande desenvoltura, sem sermos obrigados a trocar a relação da caixa, acelerar com toda a convicção, até atingir os limites, tudo em 6ª, sem qualquer soluço.
Parece uma Mota "eléctrica", de alto desempenho.
Quando queremos trocar de relação, o Quick Shift ajuda muito, pois trata de tudo com rapidez, eficiência e muita suavidade.
Apesar do "tamanho", e do "peso" da Grand America, parece que estamos a conduzir uma mota muito mais pequena.
Por opção selecionei, quase logo desde o início, o "Modo" de condução Dynamique que permite uma resposta muito enérgica do motor, a qualquer movimento do acelerador.
Existem também os modos, Rain e Road mas, como por um lado não andei à chuva, e por outro, nas experiências que tenho tido com as K1600, este sempre foi o que me satisfez mais, voltei a seleciona-lo.
Quanto aos modos de amortecimento, estão disponíveis o Cruise, mais suave, e o Road, mais seco.
Na cidade, comecei por usar o Cruise, para ultrapassar melhor as muitas irregularidades do piso de algumas zonas de Lisboa.
No entanto, logo que entrei nas vias rápidas, foi indispensável passar para o modo Road pois, de outra forma, a condução, principalmente em curva, torna-se algo incerta.
As grandes massas em movimento, e a suavidade das suspensões, nunca se deram muito bem.
Neste contexto, a Grand America revela as grandes qualidades que herdou da Bagger.
O conforto e a eficácia das suspensões, permitem um desempenho muito rápido e seguro, mesmo a velocidades mais elevadas.
A protecção aerodinâmica é muito boa, melhor do que a apresentada pela Bagger, pois o vidro frontal é ligeiramente maior e também eléctrico.
Na cidade, e nas vias circundantes, apesar do peso e do tamanho, é possível atingir num ápice, sempre com grande suavidade, velocidades muito elevadas.
Como já referi, a Grand America acelera quase como uma Mota eléctrica, seguindo também sempre na trajectória escolhida, como que sobre "carris".
Quando "abusamos" um bocadinho mais, e nos aproximamos dos 170 km/h no velocímetro, cerca dos 163 km/h reais, apesar dos 240 km/h que lá estão assinalados, somos confrontados com o corte na injecção, que impossibilita a continuação da aceleração.
Apesar desta característica da Grand America estar Bem assinala pela fábrica, causa sempre alguma surpresa quando aparece.
Foi a solução encontrada para, facilmente, obviar à turbulência que o Top Case, exclusivo desta Mota, causa a velocidades superiores aos 160 km/h.
Ao atingir este limiar de velocidade, a Grand America muda completamente de atitude.
Começa a "oscilar", deixando de apresentar a característica, até aí semelhante à da Bagger, de andar sobre "carris".
Ao fim dos mais de 2.200 km que fiz com a Grand America, este é o único "defeito" que esta excepcional Mota apresenta.
Com as grandes capacidades e qualidades do motor k1600, e a excelente ciclística e dinâmica que a Bagger, que é a "base" desta Grand America, apresenta, é um pouco decepcionante ter tudo a correr muito "Bem" e, de repente, tudo se alterar e complicar.
Um "bocadinho" de trabalho na aerodinâmica, tinha sido muito útil.
Aliás, nos modelos GT e GTL, que têm a mesma base mecânica e ciclística da Grand America, este problema não existe.
No final, só podemos dizer que é uma excelente Mota, feita para Grandes Viagens, que também se dá Muito Bem na Vida Citadina e à volta dela, sempre com Grande Conforto, Segurança e Desempenho, desde que o condutor não pretenda ultrapassar os 160 km/h.
Por último, os consumos de combustível.
Nos 2.200 km que fiz, nem sempre a ritmos suaves e económicos, com muitas "experiências" que não previligiavam os baixos consumos, apresentou uma média de 5,8 l/100km.
Para uma Mota com estas características de peso, volume e performances, considero que é uma Mota económica.
Muito Interessante!
José Morgado
Sócio 237
R65 78
R100R 92
R1100RS 94
R1200RT 07
R90S 74
R80 G/S 83
R1250 RT 2022
Sócio 237
R65 78
R100R 92
R1100RS 94
R1200RT 07
R90S 74
R80 G/S 83
R1250 RT 2022
Re: Teste à K1600 Grand America
Como sempre uma grande e impressionante reportagem. Completíssima!
Amândio de Aveiro
(da Madeira, mas em Oslo)
A Zarolha - R1150 GS 2000 [2002-2013]
The Red Devil - K1100RS 1995 [2020-...]
(da Madeira, mas em Oslo)
A Zarolha - R1150 GS 2000 [2002-2013]
The Red Devil - K1100RS 1995 [2020-...]
Re: Teste à K1600 Grand America
Excelente apresentação. É uma mota que dá nas vistas e então nesta cor é formidável. Mas continuo a preferir a GT...
Tiago Parente
Sócio 697
BMW K1600 GT-2018
Honda CBR 1100 XX Superblackbird-2007
Yamaha Thundercat 600-2005
Sócio 697
BMW K1600 GT-2018
Honda CBR 1100 XX Superblackbird-2007
Yamaha Thundercat 600-2005
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