Mensagem
por JoseMorgado » 24 out 2017 15:55
Numa bateria, ter mais capacidade para fornecer corrente eléctrica, não é mal nenhum, antes pelo contrário, até é melhor.
É tudo uma questão de tamanho, peso e capacidade de carga.
Se nos manuais, a R75/5 tem a indicação para utilizar baterias de 19Ah, nada mais do que isso necessitará.
Actualmente as marcas de baterias, por desenvolvimento das técnicas de construção, e dos materiais, conseguem, para uma mesma referência, e portanto, para um mesmo tamanho, capacidades de fornecimento de corrente eléctrica maiores do que as que existiam na altura em que as clássicas eram "novas".
É portanto normal que, para uma referência antiga, as baterias de agora tenham maior capacidade de debitar corrente.
No meio de todas estas considerações, há um factor que é novo para as clássicas.
Quando elas foram pensadas, e construídas, não era obrigatório o uso da luz de médios em permanência.
Ela só era necessária ser usada, quando o Sol se escondia, e começava a ficar de noite.
Assim, todos os cálculos das necessidades eléctricas tinham por base uma utilização diurna, sem luzes ligadas, em que o consumo dos faróis só era considerado como ocasional.
É por isso que muitas motas antigas têm actualmente "problemas" de bateria, que mais não são que a dificuldade que os dínamos ou alternadores originais têm, em produzir a energia suficiente para o consumo normal da mota, mais o consumo dos faróis em permanência.
Os geradores de corrente, para além de pesados, também "pesam" nos motores, pois vão lá buscar a energia mecânica, que por eles é transformada em energia eléctrica.
Assim, quanto mais potentes, mais "pesam".
Uma curiosidade.
As R90S, desportivas, apesar da mesma cilindrada, têm algumas/muitas diferenças em relação às R90/6, estradistas, contemporâneas no catalogo da BMW da época.
Uma delas é a potência do alternador, 130 w para a R90S e 180 w para a R90/6, para que o primeiro "pese" menos no motor, e assim exista mais potência disponível na roda traseira, privilegiando dessa forma as performances.
Os construtores das motas, sempre fizeram cálculos para só utilizarem geradores com as potências adequadas aos consumos eléctricos necessários, e nada mais.
Quando, ocasionalmente, o consumo eléctrico excedia a capacidade de produção do gerador, essa energia em falta era fornecida, também ocasionalmente, pela bateria.
Como agora, com os faróis sempre ligados, o consumo anda sempre próximo do máximo, as baterias andam sempre em "esforço", a fornecer a energia que falta.
Nas BMW's, onde tudo era muito sobredimensionado, este problema não é muito evidente.
Nas motas inglesas antigas, é uma situação que cria muitos problemas.
Assim, ter baterias com maior capacidade de armazenar energia, para a fornecer, quando ela é necessária, não tem mal nenhum.
É tudo uma questão de espaço, peso e custos.
José Morgado
Sócio 237
R65 78
R100R 92
R1100RS 94
R1200RT 07
R90S 74
R80 G/S 83
R1250 RT 2022